sexta-feira, 22 de maio de 2009

Pontos negros da poluição concentrados em Lisboa e Porto

Cerca de dois milhões de mortes anuais. É este um dos resultados do aumento da poluição em grandes cidades da América do Sul e Ásia. O alerta foi lançado pela Organização Meteorológica Mundial, por ocasião do Dia da Meteorologia.

Em Portugal, Lisboa e Porto também não apresentam um registo notável nesta matéria. Lisboa regista mesmo os segundos piores níveis de PM10 (partículas inaláveis) na atmosfera entre as 27 capitais europeias, depois de Roma. De acordo com um estudo realizado pela Agência Europeia do Ambiente (AEA), com base em amostras recolhidas em 2000 cidades (como Antuérpia, Barcelona, Bruxelas, Londres, Paris e Roma), a capital portuguesa está entre as 20 da Europa com o ar mais poluído.
A estação de monitorização que coloca a capital portuguesa nesta posição crítica, a da Avenida da Liberdade, em pleno centro da cidade, é mesmo o ponto do País que apresenta os níveis mais preocupantes de PM10. Em 2005, os limites de partículas chegaram a ser superados em mais de 180 dias, quando o máximo permitido é de 35.
Segundo a Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional de Lisboa e Vale do Tejo (CCDR-LVT), os dados do ano passado ainda não estão disponíveis, mas, até ao final de Agosto de 2008, havia 55 dias com excedências ao valor limite diário (média diária de 50 mg/m3), ou seja, mais uma vez acima do limite legal.
Este é um dado que não surpreende, já que há quatro anos que Portugal está em infracção por excesso de poluição atmosférica. Não é assim de estranhar que a Comissão Europeia esteja insatisfeita com o desempenho português em relação à qualidade do ar, tendo emitido, em Janeiro, dois avisos por incumprimento sobre a qualidade do ar nas zonas da Grande Lisboa e Norte.

Automóveis e Sahara na origem da poluição


O tráfego rodoviário é o principal emissor dos poluentes que afectam a qualidade do ar da capital portuguesa, pela sua intensidade e pela tipologia dos veículos, muitas vezes a gasóleo, e em circulação há muitos anos. Para além disso, partículas provenientes de eventos naturais no deserto do Sahara podem também afectar Portugal e provocar um aumento dos níveis verificados em alguns locais.
«As características orográficas e meteorológicas também contribuem, no caso de Lisboa, para um agravamento das concentrações de poluentes», frisa Francisco Ferreira, docente do Departamento de Engenharia e Ciências do Ambiente da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Nova de Lisboa.
A nível nacional, a análise ao cumprimento legal dos valores dos poluentes, entre 2001 e 2004, indicou que as aglomerações da Área Metropolitana de Lisboa (AML) Norte, Sul e Setúbal excederam os valores-limite e as respectivas margens de tolerância, no que respeita às PM10 e, em particular a AML Norte, em relação ao dióxido de azoto (NO2). As emissões do tráfego rodoviário (principalmente nos centros urbanos e artérias de movimento automóvel mais intenso) e da indústria (no caso do dióxido de enxofre, na zona do Barreiro) são as principais responsáveis pelos níveis de poluição nesta zona.

Lareiras poluem ar do Norte

Na região Norte do País, as lareiras são uma importante causa identificada para a degradação da qualidade do ar. As combustões domésticas são responsáveis por quase 20 por cento das emissões de partículas para a atmosfera. A conclusão faz parte de um estudo apresentado na assembleia-geral da Atmospheric Composition Change: the European Network Excellence, na Universidade de Aveiro, que se realizou em Fevereiro.
A estação de monitorização de Vila do Conde apresenta a situação mais grave. Em 2008 registaram-se, pelo menos, 47 dias com excedências ao valor limite. As outras duas estações, que em Agosto do ano passado já tinham ultrapassado o máximo permitido para todo o ano, estão localizadas em Paio Pires (Seixal), com 38 dias de excedências, e em Espinho, com 44 dias.
Os dados de 2007 revelam, no entanto, que quatro estações de monitorização da qualidade do ar no Norte e uma em Lisboa registaram mais de 30 por cento dos dias do ano com valores de poluição por partículas inaláveis excessivos. Foi o caso da Avenida da Liberdade com 149 dias e, no Norte, Espinho com 127 dias, Matosinhos com 112 dias, Vila do Conde com 110 dias e Braga (na Circular Sul) também com 110 dias em excesso.
Na zona do Algarve, de acordo com fonte da CCDR Algarve, não foram feitas medições em 2008, devido à manutenção do equipamento. «O processo será retomado em 2009», garante a mesma fonte.
No caso da região alentejana, em 2008 não ocorreram ultrapassagens aos limites definidos pela legislação para nenhum dos poluentes medidos na Rede de Medida da Qualidade do Ar do Alentejo, assegura fonte da CCDR Alentejo.
(in AmbienteOnline)

quarta-feira, 13 de maio de 2009

Gripe A

1. O que é o novo vírus da Gripe A(H1N1)?
O vírus da Gripe A(H1N1) - que apareceu recentemente - é um novo subtipo de vírus que afecta os seres humanos. Este novo subtipo contém genes das variantes humana, aviária e suína do vírus da gripe e apresenta uma combinação nunca antes observada em todo o mundo. Há evidência de que este novo subtipo é transmissível entre os seres humanos e a doença contraída tem atingido, no México, graus de severidade elevados, num número considerável de casos.


2. Quais os sintomas da infecção pelo novo vírus da Gripe A(H1N1)?
Os sintomas de infecção pelo novo vírus da Gripe A(H1N1) nos seres humanos são normalmente semelhantes aos provocados pela gripe sazonal:
- Febre
- Sintomas respiratórios (tosse, nariz entupido)
- Dor de garganta
- Possibilidade de ocorrência de outros sintomas:
- Dores corporais ou musculares
- Dor de cabeça
- Arrepios
- Fadiga
- Vómitos ou diarreia (embora não sendo típicos na gripe sazonal, têm sido verificados em alguns dos casos recentes de infecção pelo novo vírus da Gripe A(H1N1).
Em alguns casos, podem surgir complicações graves em pessoas saudáveis que tenham contraído a infecção.

3. Como ficam as pessoas infectadas com o vírus da Gripe A(H1N1)?
O método de transmissão do novo vírus da Gripe A(H1N1) é idêntico ao da gripe sazonal. O vírus espalha-se de pessoa para pessoa através de partículas em suspensão, quando uma pessoa fala, tosse ou espirra. Os contactos mais íntimos com uma pessoa infectada podem representar, por isso, uma situação de risco. O contágio pode também verificar-se indirectamente quando há contacto com gotículas ou outras secreções do nariz e da garganta de uma pessoa infectada. Por exemplo, através do contacto com maçanetas das portas, superfícies de utilização pública, etc. Uma pessoa saudável pode, inadvertidamente, contaminar as suas mãos e levá-las aos olhos, à boca ou ao nariz.

4. O vírus da Gripe A(H1N1) pode ser transmitido aos humanos mediante o consumo de carne de porco ou derivados?
Não. O vírus da Gripe A(H1N1) não é transmitido pela ingestão de carne de porco ou derivados devidamente confeccionados. Esta nova estirpe não foi, até à data, observada em animais e não há indícios de que o vírus tenha entrado na cadeia de produção. Tanto a Autoridade Europeia de Segurança Alimentar como o Centro Europeu de Controlo de Doenças desconhecem qualquer evidência científica que sugira a possibilidade de transmissão do vírus por consumo de carne de porco e derivados.
Na possibilidade de que venha a ser observada a presença do vírus na carne de porco, uma correcta confecção - a temperaturas internas superiores a 70ºC - irá eliminá-lo de forma eficaz, tal como acontece com os outros vírus e bactérias habituais. Recorda-se, no entanto, que, independentemente dos gostos gastronómicos individuais, a carne de porco deve ser sempre consumida "bem passada". Recomenda-se, igualmente, que as mãos sejam lavadas abundante e periodicamente, bem como todos os utensílios de cozinha. Estas recomendações são, aliás, as habituais para uma higiene adequada na cozinha.

5. Existe alguma vacina contra o vírus da Gripe A(H1N1)?
De momento, não existe vacina que proteja os humanos do novo vírus da Gripe A(H1N1).

6. A vacina da gripe sazonal é eficaz contra o novo vírus da Gripe A(H1N1)?
Não há evidência científica, até ao momento, que confirme qualquer protecção conferida por parte da vacina da gripe sazonal.

7. A infecção pelo novo vírus da Gripe A(H1N1) pode ser tratada?
O novo vírus da gripe é sensível aos antivirais oseltamivir e zanamivir.

8. Qual é a situação na Europa?
A situação na Europa está em rápida evolução. Para informações mais recentes, consultar o sítio da Direcção-Geral da Saúde, nomeadamente, o Microsite da Gripe.

9. Estamos perante uma nova pandemia de gripe?
A Organização Mundial da Saúde elevou para a fase 5 o grau de alerta quanto ao risco de pandemia. Isto significa que há um risco aumentado de que a pandemia possa acontecer, mas tal não significa, necessariamente, que venha a ocorrer.
É demasiado cedo para saber se a situação actual irá evoluir para uma pandemia. Uma pandemia de gripe é caracterizada por uma epidemia à escala mundial, provocada por um novo vírus da gripe que infecta uma grande parte da população desprotegida. No século XX, houve três pandemias de gripe, em 1918, 1957 e 1968.
Na Europa, e particularmente em Portugal, nos anos recentes, foram desenvolvidos esforços consideráveis de preparação para uma pandemia e todos os Estados-Membros da União Europeia têm planos de contigência nacionais.

10. É seguro viajar para o México?
Nas declarações de 27 de Abril, a Directora-Geral da Organização Mundial da Saúde recomendou que não fossem restringidas as viagens internacionais, apesar de considerar prudente que as pessoas adiassem as viagens não-urgentes. Qualquer indivíduo que apresente sintomas após uma viagem internacional, deve contactar a Linha Saúde 24 (808 24 24 24). Pessoas que tencionem viajar para áreas afectadas devem procurar informação junto da Linha Saúde 24 (808 24 24 24). Todos os viajantes deverão seguir as regras gerais de higiene descritas na resposta seguinte.

11. Que deve fazer para se proteger se tiver de viajar para o México?
Os viajantes devem seguir as precauções gerais de higiene relativamente a infecções respiratórias se viajarem para áreas onde foram detectados casos de infecção pelo novo vírus da gripe, nomeadamente para o México. Estas regras gerais de higiene incluem:
- Evitar o contacto próximo com pessoas doentes. Por outro lado, quem estiver contaminado, deve manter a distância de, pelo menos, um metro em relação aos outros, para evitar a propagação do vírus.
- Evitar multidões ou grandes aglomerados de pessoas.
- Lavar frequentemente as mãos com água e sabão.
- Proteger a boca e o nariz com um lenço de papel de utilização única ou usando o antebraço e não as mãos, lavando-as com frequência, aquando espirros e tosse.
- Usar lenços de papel de utilização única, metendo-os num saco de plástico e colocando-os no lixo.

12. Que precauções devem ser tomadas por quem estiver a regressar do México?
Viajantes que regressem do México devem estar particularmente atentos ao seu estado de saúde; devem contactar de imediato a Linha Saúde 24 (808 24 24 24), durante os 7 dias seguintes ao regresso, se experimentarem algum dos seguintes sintomas:
Febre (>38ºC) e um dos seguintes sintomas:
- Sintomas respiratórios, como tosse ou nariz entupido
- Dor de garganta
- Dores corporais ou musculares
- Dor de cabeça
- Fadiga
- Vómitos ou diarreia

Fonte: Portal da Saúde

terça-feira, 14 de abril de 2009

Alergias na Primavera precoce


A chegada precoce da Primavera nestes últimos anos trouxe também mais cedo os pólenes causadores de alergia, segundo Mário Morais de Almeida, presidente da Sociedade Portuguesa de Alergologia e Imunologia Clínica (SPAIC).

Em Março já se atingiram os valores dos níveis de pólen característicos de Abril, o que faz prever ”bastantes alergias e grandes quantidades de pólenes, que se vão manter durante bastante tempo na atmosfera”, adiantou à agência Lusa o presidente da SPAIC.
De acordo com Mário Morais de Almeida, cerca de um terço da população portuguesa tem alergias e cerca de 20% tem alergias a pólenes.

Mário Morais de Almeida salienta também que há cada vez mais casos de pessoas com alergias. Segundo o presidente da SPAIC, este facto deve-se à diminuição de infecções na primeira infância, pelo seu melhor controlo, nomeadamente através da vacinação, uso de antibióticos e melhores condições sanitárias. Isso poderá fazer com que o sistema imunológico, ao estar menos “ocupado” a combater as infecções por microrganismos, se foque nos alergénios ambientais, os quais seriam inofensivos para o homem.

Os ambientes fechados em que actualmente todos vivemos e o tipo de alimentação poderão também estar envolvidos.

Na opinião de Mário Morais de Almeida, “nós precisamos que o nosso sistema imunológico aprenda, se eduque e, para isso, tem de entrar em confronto com alguns agentes infeccioso que estão no ambiente”. (in ALERT® Saúde na Internet)

terça-feira, 24 de março de 2009

Comissão de Dados chumba base genética

A Comissão Nacional de Protecção de Dados (CNPD) considera "desadequada" e "excessiva" a criação de uma base de dados genéticos para fins de identificação civil e aconselha o ministro da Justiça a aumentar para dez ou, no mínimo, cinco anos, o limite mais baixo da pena a partir da qual um arguido deve ser sujeito a recolha de ADN para inclusão no biobanco. O parecer da CNPD recomenda uma série de outras alterações ao projecto elaborado pela Comissão nomeada por Alberto Costa.

Nesse projecto, prevê-se a criação de uma base de dados para identificação civil e uma outra para fins de investigação criminal. Na primeira, serão os cidadãos que, voluntariamente, se dirigem à Comissão Nacional de Perfis de ADN. Este registo servirá para identificação de desaparecidos. A CNPD considera, no entanto, que, sendo Portugal um país tranquilo, sem ditaduras nem guerras, apenas sujeito a catástrofes naturais, não se justifica uma intromissão em dados tão pessoais, como o ADN. Por outro lado, acrescenta que a identificação da totalidade das vítimas de uma catástrofe só seria possível se todos os cidadãos se registassem na base. Logo, a base de dados para identificação civil não cumprirá os objectivos a que se propõe e viola o princípio constitucional da proporcionalidade.

Em relação à base de dados genéticos para fins de investigação criminal, a CNPD sugere que o limite mínimo da pena para que os arguidos (suspeitos ou condenados) sejam sujeitos a recolha de ADN para inserção na base, suba de três, como pretende o governo, para 10 ou, no mínimo, cinco anos. Considera, ainda, que o despacho do juiz a ordenar a recolha de ADN não deve ser automático, como prevê o projecto, mas fundamentado e levar em conta o tipo de crime em causa. Tal como acontece com as escutas telefónicas, deve existir um cardápio de crimes em que tal procedimento é autorizado.
A CNPD entende ainda que nenhum arguido pode ser obrigado a submeter-se à recolha de amostras, sendo que tal recusa deve ficar registada. A CNPD reconhece a importância do ADN na investigação criminal, mas salienta as cautelas necessárias quando se entra na esfera privada dos cidadãos. E lembra a base francesa, que começou por dirigir-se aos crimes sexuais e já abrange os furtos e roubos simples. "Esta evolução mostra claramente a pertinência das preocupações manifestadas em relação à perda efectiva do conteúdo dos direitos fundamentais e das liberdades públicas", conclui-se.

O biobanco, como também é chamada a base de dados genéticos, incluirá ainda registos de ADN não identificados, recolhidos em locais onde ocorreram crimes, bem como registos de cadáveres ou de familiares de pessoas desaparecidas, para servirem de referência.
No caso do ADN de criminosos ou suspeitos, os dados serão destruídos assim que terminado o processo-crime ou decretada a prescrição criminal.

A Comissão Nacional de Perfis de ADN controlará a base de dados. Todos os funcionários estão obrigados ao sigilo e incorrem em crime se o violarem. Competirá ao Instituto de Medicina Legal e à PJ efectuar as recolhas de ADN. (in JN)


Uma base de dados de DNA pode favorecer investigações criminais, e muito mais, mas é necessário que seja controlado, para que algo tão pessoal como o nosso DNA não se torne uma informação banal, e de fácil acesso.

Genoma Humano


O que é?

É o código genético humano. Em termos genéricos é o conjunto dos genes humanos. Neste material genético está contida toda a informação para a construção e funcionamento do organismo humano. Este código está contido em cada uma das nossas células. O genoma humano distribui-se por 23 pares de cromossomas que, que por sua vez, contêm os genes. Toda esta informação é codificada pelo ADN (ácido desoxirribonucleico) que se organiza numa estrutura de dupla hélice, formada por quatro bases que se unem invariavelmente aos pares - adenina com timina e citosina com guanina.
A ordem particular do alinhamento dos pares ao longo da cadeia corresponde à sua sequenciação. Estas sequências que codificam as proteínas são os genes, que constituem a menor parte do ADN. Para além dos genes, o ADN é constituído na sua maior parte por material genético inactivo (97%), o qual aparentemente não possui qualquer utilidade. Estudos recentes mostram que material não pode ser desprezado. Coloca-se a hipótese do mesmo desempenhar funções de coordenação e de conservação do ADN.


Projecto Genoma Humano

Iniciado em 1986, o Projecto Genoma Humano (PGH) pretende descobrir a localização dos cerca de trinta a quarenta mil genes humanos, nos 23 pares de cromossomas, ou seja, fazer a sua cartografia. Além disso, ambiciona conhecer a sua composição, tendo como objectivo último ordenar os cerca de 3,2 mil milhões de bases químicas que compõem todo o nosso ADN, ou seja, o genoma.

Este projecto foi lançado por um consórcio público internacional, dirigido pelo norte-americano James Watson, prémio Nobel da fisiologia e da medicina em 1962. Em co-autoria com Francis Crick e Maurice Wilkins, identificaram a estrutura em dupla hélice do ADN. Em 1993 é Francis Collins, investigador e professor na Universidade do Michigan, em AnnArbor, que passa a dirigir o projecto. Deixa o seu laboratório onde investiga uma doença genética, a fibrose quística, e lança-se no desafio da “corrida” ao conhecimento do genoma humano.
O PGH integra vários centros de investigação nos Estados Unidos, Reino Unido, França, Alemanha e Japão. No princípio, o consórcio investiu na automatização da sequenciação, isto é, foram construídos robots – que constituíram a participação japonesa no projecto – e desenvolvidos programas informáticos e computadores altamente eficientes, para analisar a avalanche de dados que iriam surgir.


Benefícios do PGH

Pode-se antecipar alguns dos benefícios que o Projecto Genoma poderá trazer para a humanidade, sem esquecer que alguns poderão surpreender-nos.
Na Medicina, por exemplo, o conhecimento sobre como os genes contribuem para a formação de doenças que envolvem um factor genético, levarão a uma mudança da prática médica. Ênfase será dada à prevenção da doença, em vez do tratamento do doente. Novas tecnologias clínicas deverão surgir, baseadas em diagnósticos de DNA; novas terapias baseadas em novas classes de remédios; novas técnicas imunoterápicas; prevenção em maior grau de doenças pelo conhecimento das condições ambientais que podem desencadeá-las; possível substituição de genes defeituosos através da terapia genética; produção de drogas medicinais por organismos geneticamente alterados.
O conhecimento da genética humana auxiliará muito o conhecimento da biologia de outros animais, uma vez que não esta não é muito diferente da biologia humana, permitindo também o seu aperfeiçoamento e tornando os animais domésticos, por exemplo, mais resistentes a doenças.
As tecnologias, os recursos biológicos e os bancos de dados gerados pela pesquisa sobre o genoma terão grande impacto nas indústrias relacionadas à biotecnologia, como a agricultura, a produção de energia, o controle do lixo, a despoluição ambiental.


Fontes:

sexta-feira, 20 de fevereiro de 2009

OGM - Vantagens e Desvantagens

O que são OGM?

OGM são organismos geneticamente modificados, cujo material genético foi deliberadamente alterado pelo ser humano através de técnicas de biotecnologia.
A transformação do genoma de uma planta ou animal pode ser feita utilizando apenas material genético que a espécie já possui, através da alteração de determinados genes ou da realização de cópias de genes de modo a duplicar o seu efeito. Alternativamente, pode-se inserir no genoma de um ser vivo, um ou mais genes de espécies diferentes. Os OGM que foram produzidos por este segundo método são chamados de transgénicos e o seu objectivo é conferir determinadas propriedades a um ser vivo que este anteriormente não possuía e que estão presentes noutra espécie.

Neste momento já se produzem OGM muito diversos, incluindo animais (dos ratos aos peixes), plantas, fungos, bactérias e outros microrganismos. As razões para a sua produção são igualmente variadas, desde uma aplicação puramente científica, uma vez que as técnicas da engenharia genética permitem responder a questões fundamentais sobre o funcionamento dos genes, à produção de produtos farmacêuticos. No entanto, neste momento a aplicação mais generalizada e polémica dos OGM é na agricultura.

A produção de OGM existe desde o início da década de 1980, mas só em 1992, na China, foi plantada comercialmente a primeira variante transgénica de uma planta, neste caso tabaco tolerante a um herbicida específico. A partir de meados da década de 1990, algumas culturas transgénicas, em especial o milho e a soja, começaram a proliferar, e ficou claro que não tardaria muito tempo para que uma generalização destas culturas estivesse em curso, bem como o alargamento da aplicação da engenharia genética a outras espécies. Desde então foi gerada uma enorme polémica em torno dos perigos e das potenciais vantagens da utilização de OGM.

Vantagens

Existem inúmeras vantagens provenientes da utilização de OGM, tanto ao nível da saúde como do ambiente. Algumas delas:

- O alimento pode ser enriquecido com um componente nutricional essencial, como por exemplo, o arroz geneticamente modificado que produz vitamina A. A falta desta vitamina é um problema grave nos países em vias de desenvolvimento, que têm uma dieta extremamente limitada, levando à morte e à cegueira.

- É possível obter alimentos mais baratos. As técnicas de manipulação genética ajudam os agricultores a reduzir os prejuízos, pois podemos obter plantas resistentes a insectos, pragas, a herbicidas, a metais tóxicos do solo, a fungos, ao amadurecimento precoce, entre outros. Por exemplo, frutos que são macios podem ser endurecidos de modo a evitar que sejam danificados durante o seu transporte, como no caso do tomate, que é muito macio.

- A utilização de culturas geneticamente modificadas poderá também ser desenvolvida no sentido de permitir o seu crescimento em ambientes hostis, não afectando assim o Ambiente e podendo também criar novas zonas que se possam cultivar evitando que se desgastem tanto as outras.

Desvantagens

- Impactos sobre a biodiversidade. A agricultura e o ambiente serão alterados irreversivelmente. As culturas geneticamente modificadas podem ter uma vantagem competitiva em relação às plantas e amimais que existem nas zonas em que são plantadas.

- O lugar em que o gene é inserido não pode ser controlado completamente, o que pode causar resultados inesperados uma vez que os genes de outras partes do organismo podem ser afectados.

- Não se sabe se os alimentos transgénicos não afectam a saúde humana. A técnica utilizada é muito recente para poder garantir que não surjam problemas no futuro visto que mesmo pequenas alterações podem produzir grandes impactos ao longo de gerações.

- Efeitos colaterais que não podem ser previstos.

Fontes:
-http://www.terramater.pt/?pag=164
-www.prof2000.pt/users/ruihilario/pag_leal/pagantigas/pag_antigas_leal_
abril_2003/portugu%C3%AAs/transgenicos/site/consequencias.htm
-http://www.scribd.com/doc/6997191/Organismos-Transgenicos-Ou-OGM-Organismos-Geneticamente-Mod

O facto é que a natureza é utilizada como um laboratório para experiências, cujos efeitos a longo prazo ainda não são possíveis determinar. É, de resto, essa a razão pela qual esta técnica suscita tanta desconfiança na sociedade e pela qual garantias de segurança tão severas quanto possível são tão insistentemente exigidas. Como tal, ainda são necessários muitos estudos para avaliar o impacto que os OGM podem vir ter no futuro.

domingo, 25 de janeiro de 2009

Esquizofrénicos apresentam mutações genéticas únicas

Os esquizofrénicos apresentam um grande número de raras mutações genéticas que interrompem o desenvolvimento cerebral, segundo um estudo hoje publicado na revista Science.

As pess
oas que padecem desta grave doença mental têm três a quatro vezes mais anomalias genéticas raras do que as pessoas sãs, e estas mutações afectam os genes que regulam o funcionamento do cérebro.
Estas anomalias podem consistir na supressão ou na duplicação de cadeias de ADN e diferem segundo os doentes, sendo que as marcas genéticas da doença são diferentes entre si e únicas para cada doente.
"Supomos que a maior parte das pessoas que sofrem de esquizofrenia têm a doença por uma razão genética diferente", afirma Mary-Claire King, professora das Ciências do Genoma, na Universidade do Estado de Washington, em Seattle, que colaborou neste estudo.
A esquizofrenia é uma doença mental crónica que afecta um por cento da população.
Os doentes sofrem de alucinações, ilusões, sentimentos de perseguição e pensamentos desorganizados, podendo alguns destes sintomas ser tratados com neurolépticos mas não podendo ser curados.
Os estudos precedentes estabeleciam que a origem da doença estava ligada a um conjunto de mutações genéticas correntes.
No entanto, este novo estudo vem sugerir que a assinatura genética da esquizofrenia, tal como a do autismo, é mais complexa do que se pensava até agora e implica uma dezena, ou até mesmo uma centena, de genes, cujo funcionamento foi interrompido por duplicações ou supressões no ADN. (in Noticias RTP)


- A descoberta dessas mutações pode vir a permitir a prevenção e cura da esquizofrenia. No entanto, ainda existe um longo trabalho pela frente para que se produzam resultados viáveis, e muito mais para descobrir acerca dos genes humanos.